domingo, 29 de abril de 2012

A descoberta do brincar

Brincar: o difícil trabalho de conceituação

      Apesar do aumento dos estudos sobre o tema BRINCAR, especialmente nos últimos 50 anos, provocado sobretudo pelos avanços na área da psicologia, há uma grande dificuldade em se conceituar o brincar, pois não existe entre os especialistas um consenso a respeito do assunto. A maior parte dos estudiosos prefere usar uma expressão mais ampla - atividade lúdica -, que acaba sendo sinônimo de jogar. Aos poucos o significado do termo passou a ser mais amplo, associando - se a ele a idéia de movimento, ligeireza e divertimento. assim, a extensão do vocábulo a partir do termo inicial é, hoje, ilimitada.É comum, portanto, que os termos brincar e jogar, dentro da língua portuguesa, sejam usados como sinônimos, significando divertimento, passatempo, zombaria.A palavra brincar, no entanto, só existe na nossa língua. Em outras idiomas, por exemplo, prevalece um único termo, que é o jogar, como se observa, por exemplo, em inglês ( play ) e emalemão ( spielen ).

 As razões para brincar

     Brincar faz parte da educação do ser humano, através do brincar as crianças aprendem a cultura dos mais velhos, se inserem nos grupos e conhecem o mundo que está a seu redor. Segundo Delors (2003), para se viver neste novo século e favorecer o desenvolvimento contínuo de cada ser humano, a educação deve estar assentada sobre quatro grandes pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
O brincar permite o exercício contínuo do aprender a conhecer, pois, brincando, a criança conhece o mundo nas múltiplas interações que estabelece com ele, uma vez que, para desenvolver - se,  é necessário que ela se envolva em atividades físicas e mentais. Aprende, também, a relacionar as coisas e a ir além dos princópios gerais que as envolvam. Constrói conhecimento e adquire novas informações. O brincar favorece a descoberta, uma vez que auxilia a criança na concentração, na observação, na percepção, na análise, no estabelecimento e no teste de hipóteses, fazendo com que descortine o mundo a seu redor e adquira competências e habilidades, pois o fazer também dependo do saber. Num mundo em que predominam o individualismo e a competitividade, um dos maiores desafios da educação consiste em aprender a viver junto, isto é, a conviver com os outros, de modo a diminuir os altos índices de violência e conflitos.

Na próxima postagem continuarei a falar das razões para brincar e brincadeira e criatividade: uma relação importante.

Até...   


Referências
DELORS, Jacques. A educação: um tesouro a descobrir. Lisboa: Asa, 2003.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Mensagem



Tudo que eu devia saber
aprendi no Jardim de Infância
Robert Fulghum


A maioria das coisas que eu realmente precisava aprender sobre como viver, fazer e ser, eu aprendi no Jardim de Infância.

Sapiência não se encontrava no topo da montanha das escolas de pós-graduação, mas no pátio do jardim.

Essas são as coisas que aprendi: compartilhar todas as coisas; “jogue limpo” e não bata nos colegas. Não pegue nada que não seja seu; limpe a bagunça que você fez. Coloque tudo de volta nos seus lugares. Peça desculpas quando você magoar alguém. Sempre dê a descarga e lave as mãos, sobretudo, antes das refeições. Viva uma vida equilibrada: além de trabalhar, desenhe, pinte, cante e dance um pouco todos os dias. Lembre-se também de que leite frio e biscoitos fresquinhos podem ser bons para você.

Tire uma soneca à tarde e, quando sair às ruas, cuidado com o trânsito, dêem as mãos e permaneçam juntos. Cultive a imaginação. Lembre-se da semente de feijão que a professora colocava no vaso de água. As raízes cresciam para baixo e as folhas para cima e ninguém sabia explicar por quê. Nós somos parecidos. Os peixinhos do aquário, os passarinhos da gaiola, as sementes do feijão, todos morrem também.

Recorde-se do grande e melhor conselho da época: Olhe! Olhe ao seu redor! Tudo o que você precisa saber está aí a sua volta. As regras de ouro: paz, amor, ecologia e uma vida saudável.

Imagine como o mundo seria melhor se todos tivessem um lanchinho com leite e biscoitos às 3 da tarde e, em seguida tirassem uma soneca. Imagine se fosse política nacional que todos os cidadãos tivessem que limpar a sua própria bagunça e colocar as coisas de volta em seus lugares. Imagine se todos dessem as mãos e permanecessem juntos.

Adaptado e traduzido por Paulo R. Motta

Fonte: Tudo que Eu Devia Saber Aprendi no Jardim de infância - Robert Fulghum – ed. Best Seller (ISBN 8571239045)
Dr.Robert Fulghum: Escritor americano, cujos livros estão traduzidos em 27 línguas. É filósofo, teólogo, dedica-se às Artes e é professor numa universidade americana.